O diretor-geral do Deop, João Fleury, e os prefeitos de Contagem e Belo Horizonte. Foto Débora Ozório
O diretor-geral do Deop, João Fleury,
e os prefeitos de Contagem e Belo Horizonte.
Foto Débora Ozório
O diretor-geral do do Departamento de Obras Públicas do Estado (Deop), João Fleury,  se reuniu hoje (27) com representantes da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), e as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, com o objetivo de juntar esforços para conter as enchentes no ribeirão Arrudas.

Durante a reunião foi discutida a recuperação urbanística e ambiental, os projetos e a forma de obtenção de recursos para a construção de bacias de detenção nos córregos Olaria, Bonsucesso e Jatobá, que deságuam no Arrudas. Além disso, para o córrego Ferrugem, o Estado contratará uma empresa para elaboração de projeto técnico para construção da barragem e outras melhorias . O valor estimado para a construção da bacia de contenção no córrego é de R$160 milhões e a previsão para a conclusão do projeto técnico é para abril deste ano.

"Estamos fazendo um levantamento em toda a bacia do Arrudas. No Ferrugem, será elaborado um projeto para apresentarmos ao governo federal. Se tudo der certo, licitaremos a obra ainda este ano", falou o diretor-geral do Deop e secretário-adjunto da Setop, João Fleury. Ele lembrou ainda, que o projeto de requalificação do ribeirão Arrudas é um trabalho exemplar, pois demonstra a união das esferas de governo para conseguir recursos que serão investidos numa obra esperada pela população.

Presente na reunião, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, reforçou a necessidade de análise completa em toda a extensão do Arrudas. "Com o detalhamento técnico veremos onde é possível fazer as barragens de contenção de água dos córregos", avaliou.

De acordo com Lacerda, "com investimentos de R$ 100 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), será construída uma barragem no córrego Bonsucesso e a urbanização da vila localizada na região. Já com R$ 50 milhões em recursos do PAC será feita a barragem de contenção dos córregos Olaria e Jatobá".

Urbanização

O contrato para a requalificação urbana e ambiental do trecho do ribeirão Arrudas, entre os municípios de Belo Horizonte e Contagem, foi assinado em dezembro de 2007, pelo Governo do Estado, a Caixa Econômica Federal (CEF), a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) e as prefeituras das duas cidades.

Para a realização das obras de saneamento básico e habitação na avenida Tereza Cristina, estão previstos investimentos de R$ 205 milhões, sendo o maior contrato assinado até agora em Minas Gerais. Desse total, R$155 milhões são recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, repassados pela Caixa, R$ 25 milhões do Governo do Estado e o restante dividido entre os municípios de Belo Horizonte e Contagem, sendo R$12,5 milhões cada.

As obras são executadas pelo Governo de Minas, por meio do Deop, órgão vinculado à Setop.

Para a realização da obra foi formado um Comitê Gestor com representantes do Estado e das prefeituras de Contagem e de Belo Horizonte para definir as diretrizes, a concepção do projeto e acompanhar o andamento do processo licitatório das obras. "Esta será a primeira experiência em gestão compartilhada numa obra metropolitana e poderá servir de exemplo para todo o País", afirmou a prefeita de Contagem, Marília Campos.

Projeto

As obras de requalificação urbana ambiental do trecho Arrudas vão beneficiar, com uma série de ações, um total de 13.893 famílias que vivem no trecho do vale do ribeirão.

De acordo com o projeto apresentado, será feita a manutenção da calha do Arrudas em leito natural e será implantada no local, uma nova avenida de 2,7 quilômetros de extensão, com pistas duplas. Está prevista também a reestruturação do sistema viário regional com a construção de quatro pontes para transposição do ribeirão, além de três viadutos, que vão fazer a interligação com as principais avenidas do entorno. Estas obras viárias são necessárias ao bom funcionamento e à melhoria do tráfego na região.

O projeto prevê também a remoção e o reassentamento de famílias, que vivem hoje em condições insalubres e de risco de inundação e desmoronamento, principalmente na Vila Dom Bosco. As áreas propostas para o reassentamento estão localizadas ao longo do próprio trecho da intervenção.

De acordo com o projeto básico, serão implantados um centro comunitário e um Parque Ecológico do Alto Arrudas, ao longo do ribeirão, oferecendo lazer à população, além da urbanização e do paisagismo.